Entrevista

Em que é que se baseia o projecto?
Quantas pessoas estão envolvidas?
Quais as espécies que mais estudam?
Quantas espécies já se encontram identificadas?
Quais os principais métodos de trabalho?
Os vossos resultados já foram publicados em alguma revista?
Quais os resultados mais relevantes obtidos até ao momento?
Qual o alvo principal da vossa investigação? 



A campanha Fish Barcode of Life (FISH-BOL), lançada em 2005, constitui uma ampla iniciativa internacional com vista a criar uma biblioteca universal de marcadores genéticos (DNA barcodes) para identificação directa de qualquer uma das 30000 espécies de peixe. A campanha FISH-BOL é parte da iniciativa Barcode of Life (BOLI), que tem por objectivo criar um sistema universal para a identificação de espécies eucarióticas com base na análise pequenas sequências de DNA de regiões padronizadas. No caso dos animais, incluindo obviamente os peixes, a região padrão é uma secção com 650 pares de bases do gene mitocondrial do citocromo oxídase 1 (COI). Com base na abordagem DNA barcoding e nas campanhas FISH-BOL, pretendemos examinar a diversidade molecular de peixes através de um esquema múltiplas espécies/marcador genético único. Esta abordagem é um dos pontos fortes do projecto, e uma das características chave que o tornam singular. Ao analisar a variabilidade do DNA exactamente no mesmo marcador mitocondrial num número considerável de peixes e numa extensão geográfica sem precedente, será possível expor padrões de variabilidade de uma forma ainda não experimentada.A nossa proposta aborda questões fundamentais e aplicadas pertinentes para o conhecimento da variabilidade genética e para a sua utilização na gestão pesqueira. Pretendemos investigar padrões filogeográficos da fauna ictiológica marinha Portuguesa, com ênfase em espécies com distribuição geográfica que vai das águas frias do Atlântico NE ao Mediterrâneo e à Australásia.
Numa primeira fase, serão compiladas sequências de COI para 250 espécies de peixes recolhidos em locais variados ao longo do Atlântico NE e do Mediterrâneo, 60 das quais com distribuição partilhada com a Australásia. Os padrões genéticos de COI serão examinados à luz de evidências anteriores sobre a história evolutiva potencial de cada espécie. Para as 60 espécies partilhadas com a Australásia, será também analisado o gene nuclear da rodopsina, de forma a permitir comparar os padrões de variabilidade genética entre genes nucleares e mitocondriais.
Numa 2ª fase, serão seleccionadas espécies de peixe, entre aqueles que mostrarem padrões genéticos inesperados com base nas previsões do seu comportamento e/ou distribuição através de supostas barreiras biogeográficas. Nessas espécies, serão analisados marcadores moleculares adicionais (rodopsina e o loop-D mitocondrial), e será feita uma amostragem mais intensiva. Por comparação de populações das espécies seleccionadas com distribuição global, será possível explorar as relações entre as características ecológicas e os níveis de conectividade, dados estes pertinentes para a conservação e a gestão.
O objetivo do projeto é encontrar genes que sejam indicadores para conhecer as espécies. Estes genes são únicos de cada espécie.
Aqui, na Horta, estudam principalmente os peixes, e em Ponta Delgada, as algas e os gastrópodes.

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